5.12.10

Um ano de mudanças

Certa vez vi em um muro qualquer de São Paulo uma pixação com uma frase que dizia que "a vida é uma coleção de momentos".

Há os que gostam de coleções e há os que simplesmente não se apegam às coisas. Acho que faço parte do primeiro grupo.

Nos últimos quase 14 anos, colecionei muitos momentos em minha vida profissional. Entre momentos de alta e momentos de baixa, acredito que no final o saldo tenha sido positivo.

Em 1997 comecei a trabalhar na Agência Estado. Colecionei amigos, conquistas, experiências e, é claro, alguns dissabores.


Os tenho gravados em uma prateleira da memória, tanto a coleção de vitórias quanto a coleção de derrotas. OLho para elas de tempos em tempos, tanto para orgulhar-me quanto para relembrar que os erros não devem ser cometidos 2 vezes.

Porém, após todo esse tempo e todas as experiências, é chegada a hora de mais uma mudança. 2010 já estava eleito como O ANO das mudanças no âmbito pessoal e nada melhor que fechá-lo com uma mudança no âmbito profissional.

Após todos esses anos, deixo a Agência Estado, minha "casa" por quase 14 anos. Deixo conquistas, muitos colegas e grandes amigos. Estes, pretendo levar para a vida toda.

Nesse período presenciei gratas surpresas de pessoas crescendo profissionalmente pelo trabalho e competência e poucas mas grandes decepções de pessoas esquecendo dos pricípios e valores, fazendo com que o fim justifique os meios.

Saio com a alma lavada e a sensação de dever cumprido, mas também com os olhos marejados e com o peito apertado por saber que aos 34 anos de idade, quase metade de minha vida foi vivida ali, naquela empresa e, principalmente, com aquelas pessoas. Muitas das quais, inclusive, mal consegui despedir-me, com o medo de que a emoção fosse mais forte e fizesse papel de bobo.

Que venha 2011! Que venham os "novos desafios" (piada interna)!

Aos amigos: Sabemos como e onde nos encontrar
Aos colegas: Espero poder um dia tê-los como colegas novamente
Aos outros: Ouçam sua consciência.

Boa sorte à nós!

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16.7.10

A odisséia

O panfleto dizia haver uma revelação estarrecedora a respeito de como era a vida na era humana. A palestrante estava 20 minutos atrasada, o que deixava a plateia ainda mais ansiosa. Muitos experimentavam essa sensação pela primeira vez.

Era um galpão antigo, contava com antigas poltronas que não se moldavam automaticamente ao corpo da pessoa sentada. Os 2 telões de 180 polegadas ainda eram de OLED e, por incrível que pareça, ainda usavam cabos, tanto para conexões de áudio e vídeo quanto para alimentação elétrica. Mas eles gostavam assim, criava o ambiente propício para se falar do passado.

Ouve-se então um ruído metálico quando a cabine de teletransporte é acionada. como os demais itens do galpão, era um máquina antiga, com mais de 80 anos, mas que havia sido recuperada e voltado a funcionar.

Depois de alguns estalos e rangidos, eis que surge a palestrante. Mirna Stewiskovich, uma albina de 23 anos que possuía antepassados russos.

O silêncio na platéia era sepulcral.

-- Um viva a vida! - Saudou
-- VIVA !!! - respondeu um unissono a platéia.

Mirna era uma grande estudiosa do passado e do modo de vida na chamada era humana. Por alguma falha na manipulação genética, desde 2432 muitas pessoas haviam nascido com sentimentos. A era humana havia sido encerrada em 2115, dando início à era da convivência. O governo da Terra, liderado pela República Socialista Democratizada da China, determinou que todos os bebês nascidos a partir de 1 de Janeiro de 2115 deveriam ter seus códigos genéticos manipulados para que não houvessem mais sentimentos e emoções no ser humano.

A cópula foi proibida. Todos os bebês deveriam ser gerados em úteros artificiais, por inseminação.

Apesar de em pleno ano 2514 milhares de pessoas terem nascido com alterações no DNA de modo que pudessem ter sentimentos, Mirna havia uma sobrecarga altíssima de emoções. Foi ela quem descobriu que o que sentia por seu colega de pesquisas tecnológicas era amor.

-- Desculpem-me pelo atraso - continuou Mirna - estava muito nervosa para essa palestra. Mas tenho revelações que provavelmente chocarão àqueles que conseguem sentir-se chocados.

Mirna discursou por aproximadamente 25 minutos, explicando que havia descoberto em suas pesquisas secretas sobre o passado que cerca de 500 anos atrás as pessoas conseguiam, assim como ela, sentir amor. Explicou o que era o amor, como era ter esse sentimento, para perplexidade da platéia

Por fim, Mirna fez sua revelação maior:

-- No passado, há cerca de 500 anos, as pessoas trocavam fluídos corporais - A platéia estava em choque (ou quase isso) - e essa troca de fluídos podia gerar um novo ser.
-- Você quer dizer uma nova pessoa? - Perguntou um jovem na platéia
-- Sim, uma nova pessoa, que era gerada durante nove meses na barriga do ser humano de sexo feminino e depois vinha ao mundo; nascia!

A confusão foi geral. Todos falam ao mesmo tempo. Alguns ficaram curiosos, outros espantados. Muitos choravam. Um caos!

Mirna pediu silêncio, pois não havia acabado.

-- Durante minhas pesquisas, encontrei um antigo dispositivo, chamado Disco Rígido. Basicamente era um dispositivo para armazenamento de informações. Após contar com a ajuda de diversos especialistas, conseguimos acessar as informações e o que encontramos é ímpar.

Nesse momento as telas foram ligadas e o que viu-se foi um documento. Todos pararam para ler o que continha este documento, reproduzido abaixo:

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16.4.10

Abecedário

Sabe aquela idéia que pinta do nada e que você acha bacana mas não tem a minima noção de como implementá-la?

Pois é...

Na teoria a idéia era bem melhor do que o resultado. De qualquer forma, bom ou ruim, serve como exercício criativo:

Atocha! Berrou, cachaçada, Dona Eulália. Fogosamente, Genival Heródites, impelia jeba, levemente mole, nela. Ouvia-se protestos, queixas, resmungos... Separem-nos, tentou urgir velho Xexéu Ziguifrido.

2.2.10

Santa ingenuidade, Batman

Bezerra da Silva já dizia que enquanto ainda houver otário nunca vão acabar com os malandros.

Um dos tipos de malandros da era das interwebs é o chamado troll. É um tipo de malandro que geralmente não quer causar nenhum dano aos otários, com exceção do dano moral, é claro.

Essa tirinha do Dilbert retrata bem isso:

Malandro é malandro e mané é mané

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30.1.10

Mr. Wheeler

Depois de 33 anos, 6 meses e uns quebrados, deixo de ser esse:


e passo a ser esse:


14.1.10

Zé Firmino strikes again

A coisa estava começando a ficar preocupante para Zé Firmino. Suas duas últimas empreitadas não haviam sido o sucesso que ele imaginara e sua criatividade para bolar novos negócios estava bastante escassa.

Após noites sem dormir, Zé Firmino percebeu que o momento não era de inovação e decidiu que tinha que deixar seu instinto vanguardista de lado. Assim como todos os "ex-alguma coisa", Zé Firmino agora seria um palestrante. Mas não um palestrante qualquer, seria um World wide talker about business issues regarding whatever is going on right now.


Já em seu primeiro compromisso como palestrante, e que viria a ser o último, Zé Firmino discursou lindamente para uma platéia formada por executivos de um importante setor da economia. Foi aplaudido de pé!

Seu discurso rodou o mundo traduzido em mais de 167 idiomas, virou hit no You Tube, foi gravado em ritmo de funk e marchinha de carnaval, Pedro Bial o declamou durante a final do BBB.

Sucesso absoluto.

Hoje aposentado, Zé Firmino mantém devidamente emoldurado em sua casa o discurso de apenas dois parágrafos que o tornou bilhardário:

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