O ditado, título desse texto, foi mundialmente difundido pela minha avó -- ao menos em casa foi ela quem difundiu -- e representa exatamente o que pretendo descrever abaixo.
Inicialmente, centralizar-me-ei no supracitado ditado, efetuando uma análise sintática verbal da frase, seja lá o que isso quer dizer. É de suma importância que entendamos o ditado para que possamos chegar, depois, ao cerne da questão.
"Quem nasce para tostão não chega a milhão" -- Trocando em miúdos, quem nasceu em meio a ignorância, gostando de forró, música brega, novela mexicana e comendo feijão com farinha, jamais será culto o suficiente para divagar sobre o ativismo social inerente à cultura brasileira pós-modernista. Dificilmente sentirá prazer inenarrável ouvindo Bach. Não terá paciência suficiente para uma boa peça de teatro e, quiçá, saberá apreciar uma Salada Niçoise ou um Filet au Poivre.
Com base no descrito acima (ou não, afinal, era só pra encher linguiça mesmo.), percebo que mesmo com o rabo cheio de dinheiro, um pé-rapado será sempre um pé-rapado cultural.
Um exemplo bastante atual disso é a quantidade de pessoas com bom nível social salarial que debatem freneticamente, com entusiasmo ímpar, os acontecimentos dentro da casa do BBB. É o fim do mundo !
O dólar caindo, a bolsa subindo, os juros explodindo, o Lula viajando, a camada de ozônio indo pras picas, a mata atlântica sendo devastada, minha conta bancária no vermelho, e as pessoas ao meu redor discutindo quem será eliminado no próximo paredão?!?!?!? Não dá! É simplesmente inadimissível!
O povo não precisa de comida... O povo precisa é de CULTURA!
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